CPI do Crime Organizado: Senador Alessandro Vieira quer convocar ex-deputado André Moura para depor

Brasília, 15 de novembro de 2025 – Em um movimento que pode intensificar os debates no Senado Federal, o get more info relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), sinalizou nesta sexta sua plano para chamar o ex-deputado federal André Moura (União Brasil-SE) para prestar depoimento sobre possíveis ligações entre o crime organizado e a política sergipana. A declaração, feita durante reunião da CPI, ocorre em meio a uma intensificação de tensões políticas no estado de Sergipe, onde Vieira e Moura competem por espaço na corrida pelo Senado nas disputa eleitoral de 2026.

A CPI, instalada no início de novembro sob a presidência do senador Fabiano Contarato (PT-ES), tem como objetivo investigar a expansão de grupos de crime organizado, milícias e o recursos espúrios de campanhas eleitorais em todo o país. Moura, que foi líder do governo Michel Temer na Câmara dos Deputados e é pré-candidato ao Senado por Sergipe, entrou no radar da comissão após indícios de irregularidades em contratos públicos e supostas vínculos com grupos de influência no Nordeste, segundo fontes próximas à relatoria.

"Estamos analisando detidamente todas as denúncias para assegurar a clareza. Quero convocar André Moura para que ele deponha sobre essas questões que circulam há meses em Sergipe", afirmou Vieira em entrevista rápida aos jornalistas no Salão Nereu Ramos, do Senado. O senador, delegado de polícia civil aposentado, destacou que a medida visa apenas o bem comum. "Não é de perseguição, mas de obrigação legal: qualquer um deve responder por suas ações", acrescentou.

A possível convocação já provocou reações acaloradas. Em postagem nas redes sociais, Moura denominou o sinal como "jogada baixa de cunho eleitoral" e se disse preparado a comparecer, caso oficializado. "Alessandro Vieira, que posa de fiscal da lei, terá de aceitar os fatos. Estou pronto para mostrar a documentação que demonstra minha integridade e revelar as verdadeiras motivações dessa caça às bruxas", rebateu o ex-deputado, que recentemente se justificou em outra comissão sobre fraudes no INSS.

Analistas políticos interpretam o episódio como mais um round na rivalidade entre os dois sergipanos. Vieira, eleito em 2018 como novato anticorrupção, e Moura, com apoio sólido no interior do estado, trocam acusações há semanas. Recentemente, Moura apelidou Vieira de "representante temporário" em entrevista local, o que provocou réplica do MDB: "Intrigas não constroem futuro". Especialistas ouvidos pelo *Jornal do Senado* alertam que o atrito pode aprofundar a polarização no eleitorado sergipano, affectando as pré-campanhas para 2026.

A agenda da CPI prossegue em ritmo acelerado. Além da intenção de ouvir Moura – cuja chamamento legal deve ser confirmada na próxima sessão, possivelmente para 20 de novembro –, a comissão já escalou oitivas de ministros da Justiça e da Segurança Pública, diretores da Polícia Federal e uma dúzia de governadores. O plano de trabalho, sob responsabilidade de Vieira, foca em operações como "Operação Tempestade" e "Limpeza", que neutralizaram redes de comércio ilegal no R J e SP.

Prevê-se que o interrogatório, se concretizado, ilumine presumidos esquemas de branqueamento de dinheiro por meio de contratos de publicidade e projetos em Sergipe – temas que repercutiram em inquéritos passadas, como a da Covid-19. Congregados da oposição, a exemplo senador Sergio Moro (União-Paraná), membro da CPI, endossam a iniciativa: "É crucial avançar na accountability. Ninguém escapa do escrutínio".

Em Aracaju, apoiadores de Moura preparam atos de manifestação à "caça seletiva", enquanto suporte de Vieira encaram no ato um "investida contra a impunidade". A CPI do Crime Organizado, que já provoca discussões nacionais sobre segurança pública, ganha agora tons locais, com todos os olhos voltados para o conclusão político em 2026.

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